Capítulo 19

_Não acredito que você deixou aquela pirralha fugir Nick_ Eu estava cego de raiva, ele estava com Gianna nas mãos e deixou ela escapar, ele estava querendo uma surra. 
_Cale a sua boca cara, você não viu que ela deu um chute nas minhas bolas 
_Que me foda isso, você já levou porradas piores e nunca deixou ninguém escapar de você 
_Isso tudo está acontecendo por culpa da vadia da sua esposa, se ela não tivesse ajudado a outra vadia nada disso estaria acontecendo. 
Fechei o punho, cerrando meu maxilar com força. Se Nick estava disposto a abolir qualquer paciência minha estava conseguindo.  
  
_Já disse para não falar assim da minha mulher, você quer voltar vivo ou morto para casa? Minha paciência com você está acabando Nicholas, não me falta vontade de socar essa sua cara. 
_Que se foda, eu não tenho medo de você, vou continuar dizendo que a culpa é da vadia da sua mulher mal comida. 
Eu só consegui ver sangue na minha frente depois que ele disse isso, fui para cima dele e dei um soco bem dado em um de seus olhos, com certeza ficaria um belo de um roxo por dias no meio da sua cara. 
_Você nunca mais fala isso da minha mulher seu filho da puta, ou então você vai se arrepender de ter nascido._ Exclamei evidentemente irritado e sem paciência algum_ Quem você pensa que é Nicholas? Só porque não consegue segurar uma garota de dezoito anos se acha no direito de ofender minha mulher. Você sabe como eu sou com ela.  
Ele levou uma mão ao rosto me olhando incrédulo.  
_Ela é sim só uma vadiazinha tão teimosa quanto Gianna, ela só aceitou essa farsa.  
Acertei outro soco em Nicholas que dessa vez revidou acertando o lado esquerdo do meu rosto. O segurei com força pelos ombros dando uma ajoelhada em seu abdômen que o fez se encolher de dor ao me afastar.  
_Poderia ser uma farsa no início, mas depois mudou Nicholas, eu a amo. Amor. Será que você um dia saberá o que é isso? Provavelmente não, já que é um babaca que não consegue ser ao menos intimidante a uma mulher que acabou de sair da adolescência.  
Virei as costas para ele sem esperar resposta nenhuma vinda dele, e caminhei de volta de onde tínhamos saído ou até mesmo a pé até o hotel, mesmo longe e perigoso, não sou capaz de respirar o mesmo ar que Nicholas.  
*** 
Consegui chegar em Cannes agora, eu estava muito assustada ainda, sai da estação olhando para tudo quanto é lado afinal eles haviam visto para onde eu tinha ido, fui procurar uma rodoviária para pegar um ônibus qualquer, eu não poderia ficar no centro da cidade tinha que ir para uma parte bem calma e bem longe do centro para quem sabe assim eu pudesse finalmente viver em paz. 
Me informei e consegui pegar um ônibus para o interior, a viagem foi longa e bem cansativa, demorei cerca de uma hora para chegar, gostei bastante do lugar o ar era puro, as ruas eram calmas, as casas eram um pouco afastadas uma da outra, era exatamente assim um lugar que eu queria até finalmente decidir o que eu iria fazer. 
_Oi Boa noite, vocês tem algum quarto disponível?_ consegui encontrar uma pousada que parecia ser bem aconchegante, eu estava morrendo de sono precisava descansar. 
_Temos sim senhorita. Por quanto tempo pretende ficar? 
_Essa noite e o dia de amanhã, estou só de passagem_ dei um sorriso de leve e toda hora olhava para fora para ver se não estava sendo vigiada por ninguém. 
_Aqui está e tenha uma boa noite. 
Subi as escadas da pousada praticamente correndo, o quarto era pequeno e a janela dava para rua, tinha até um pequeno banheiro no quarto, aproveitei para tomar um banho e tentar relaxar um pouco de toda essa tensão que eu passei hoje. 
Demorei uns minutinhos no banho e quando sai tranquei as janelas, hoje a noite não seria fácil, não iria conseguir dormir direito com medo de alguém aparecer por aqui, ainda mais depois que dei um chute nas partes de Nick, ele iria fazer de tudo para me achar. 
Logo peguei no sono, confesso que foi um sono completamente perturbado eu só sabia sonhar com o Nicholas e de como seria a minha vida se tivesse casado com ele. 
*** 
Acordei cedo hoje, algo estava me incomodando e eu não fazia ideia do que era, tentei falar com Joe mas ele não me atendia, talvez fosse o fuso horário e ele estivesse até dormindo. Tomei um banho quente e voltei para a cama, eu já podia sair por aí e caminhar devagar e pouco, mas todos insistiam em me manter presa naquele quarto “por questões de segurança e recomendações de Joe” eu ficaria louca se ficasse ali até que meu marido voltasse, mas no momento eu não reclamava muito. Peguei o celular na esperança de ver uma mensagem de Joe ou Gianna já que mandei uma para ela ontem e até agora ela também não me respondeu. Liguei a tv na esperança de encontrar alguma coisa interessante mas foi em vão, tudo que fiz foi trocar de canais de uma forma entediada.  
Acabei adormecendo, mas acordei com uma movimentação estranha na casa, ignorei pensando em ser só um dos homens do papai conversando algo fútil como sempre, então as vozes se tornaram altas de mais até aquilo me incomodar, me levantei devagar e sai pela porta encontrando o corredor silencioso algo estranho naquela parte da casa. Segui as vozes sem compreender muito bem o que diziam eu só sabia que estavam alteradas, quando cheguei no alto da escada me alarmei a visão da sala parecia um pesadelo eu queria acreditar que ainda estava dormindo.  
Bandidos que julguei ser dos Bratva faziam minha família de refém, meus irmãos choravam no canto da sala com uma arma apontada para eles, mamãe estava sendo segurada por um brutamontes com a arma apontada para sua cintura, papai estava ajoelhado, havia sangue em sua volta o que indicava que estava machucado e na sua frente um homem que eu não fazia ideia de quem era apontava bem para sua cabeça, eu pensei em descer e fazer um escândalo mas não adiantaria e eu arriscaria meu bebê. Dei um passo para trás em um silêncio que nunca pude imaginar fazer, até sentir algo pontudo me pressionar e prendi a respiração. Uma mão forte segurou meu braço a ponto de me fazer sentir dor, senti meu corpo ser pressionado contra o de alguém, eu podia sentir o hálito quente em meu pescoço.  
_Olá querida, vai há algum lugar? _a voz grossa e estranha ecoou.  
Tive vontade de correr, de gritar, de bater em todos eles. Mas a única forma que meu corpo reagiu foi congelar.

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